12/07/05

Beijos com saudades!


Regresso ao passado e recordo, com um sorriso na cara, os tempos em que planeávamos as férias.

Desdobrávamos o mapa e estendíamo-lo em cima da cama (sim em cima da cama… é bem mais confortável!), ficávamos cada um do seu lado e traçávamos rotas que só tinham uma finalidade: natureza, paz, tranquilidade e sobretudo descanso.

Escolhíamos destinos longe da praia, longe da multidão, longe da confusão, longe da eterna caça de um lugar para o carro.

E lembro-me perfeitamente da primeira vez que tal sucedeu…

Planeáramos ir para o Gerês e de regresso ficaríamos onde nos desse na real “gana” (sem miúdos qualquer imprevisto é de fácil contorno).

E lá fomos nós, na véspera, comprar todo o material essencial para uma boa estadia no Gerês… é claro que iríamos acampar e, como qualquer campista, teríamos de ter o mínimo necessário a essa magnífica prática.

O fogão ficaria para outra altura (optamos por conservas das quais mais de metade voltariam ao ponto de partida) mas não nos esquecemos da canadiana (ainda não se falava sequer em iglos), da geleira, dos sacos cama e dos restantes “utensílios”.

Nessa altura as estradas eram mais “longas” e saímos logo pela madrugada (que de manhã é que se começa o dia!) metemos a tralha na enorme mala do nosso Toyota Corrolla e lá fomos nós rumo ás melhores férias que alguma vez tivemos…

Lembro-me ainda de ter chegado a um lugar bem calmo, bem genuíno… onde a natureza vivia no seu esplendor e em que quem a visitava não só conseguia beber dessa vida como tinha um enorme respeito por ela… e venerava-a!

As manhãs começavam logo com o raiar do sol que se misturava com o canto dos pássaros. Os passeios eram, geralmente a pé e quando o fazíamos de carro era com destino traçado rumo ao outro lado da serra em que apenas deixávamos, no porta bagagens, os calções, bikini e toalhas e é claro a insubstituível garrafa de água (vazia) para a podermos encher nas inúmeras fontes pelas quais passávamos.


e até os banhos passaram a ser tomados em pleno rio Homem já no final do dia com um ou outro champô que conseguíamos cravar aos putos lá do sítio (os que seguimos quando vimos de toalhas ás costas a descer em direcção ao rio).

As refeições eram fora de horas ou melhor dizendo, eram ás horas em que tínhamos fome e como conservas já não aguentávamos ver (ainda hoje não), encontrávamos sempre um pequeno tasco para saciar o nosso apetite.

De todas as férias que tive são as que mais saudades me deixam e de tal forma que este ano resolvi, em assembleia de família, ir acampar.

Há quem me diga:

- Eu para passar férias tem de ser num sitio melhor que a minha casa!

E eu apenas tenho pena do que eles nunca chegarão a sentir, a presenciar…

Quantos sítios já eu não conheci melhores que a minha casa mas de todos o que me deixou mais recordações deliciosas foram precisamente aqueles em que, em plena comunhão com a natureza, conseguíamos renovar-nos e prepararmo-nos para mais uma ano de trabalho. Espero bem que este ano volte a ter mais umas férias (ainda que curtas) completamente reparadoras…

Já voltei ao Gerês desde então, mas há já 9 anos que não o visito e ainda não vai ser este ano… Só espero que a mão do homem não esteja demasiado vincada e….

- Prometo-te que aí vou com os dois contrapesos! (uma já conheces só falta o contrapeso mais novo!).

Beijos com imensas saudades!

5 comentários:

Anónimo disse...

É esse mesmo o espírito do Gerês, ou melhor, do parque natural da Peneda-Gerês. E não haja dúvida que a melhor forma de o conhecer é calcorreá-lo a pé! Começar por Melgaço, até Castro Laboreiro (subir ao "castelo"), subir a Peneda e descer para o santuário (Senhora da Peneda), passando por aquelas aldeias de meia dúzia (literalmente) de habitantes. Continuar a pé por Adrão, até ao Soajo, aldeia magnificamente recuperada para turismo de habitação. Pelo caminho podia ter-se subido ao monte da Pedrada, de onde se avista toda a serra da Peneda. Depois passar para a serra amarela, visitar a aldeia e o forte do Lindoso (vale a pena tentar descer até às galerias das turbinas da central do Alto Lindoso, se o funcionário da EDP estiver bem disposto). Subir ao emissor do Muro e descer para a Portela do Homem. Mergulhar demoradamente na cascata da imagem. Subir às minas dos Carris, descansar e prosseguir para Pitões das Júnias, com visita obrigatória às ruínas do mosteiro e à cascata. E já não falo do mundo impressionante dos abrigos de pastores no maciço do gerês!!! (pronto, tá bem, são 20 anos de monte, não tens de fazer tudo de uma só vez!!!)
Mas o melhor de tudo é uma noite de verão, num céu sem luar, a olhar as estrelas, de preferência numa altura de atravessamento da cintura de asteróides!

Anónimo disse...

Mil vezes o campo q a praia... mil vezes, Geres não conheço, mas qui çá um dia não irei para aquelas bandas!! Beijinho miga!!

Night disse...

férias férias férias, preciso mesmo de férias, o geres é excelente, e entao para quem gosta de acampar é do melhor
Beijocas

Anónimo disse...

estas recordações são sempre de partir o coração. Fica bem.

Amanda disse...

P/Alberto: piiiiiiuuuuu....
P/Cristina: Vai!
P/ NightWolf: Já somos dois!
P/Maryjo: completamente quebrado!