Buscando o meu oásis

Queria partir
Meter pés ao caminho e simplesmente partir

Queria partir
Rumar sem destino e ir

Queria partir
Sem horas marcadas
Sem paragens definidas

Queria partir
Levando apenas o essencial
A minha vontade e a incessante busca de não sei o quê

Queria partir
Atravessar desertos e deixar-me impregnar por esse calor

E sinto que já lá estou

Sou cacto esperando pelas gotas do teu amor
E dessas gotas ficarei à espera
E passarei por este período de seca lutando por essa chuva

Sou cobra que serpenteia por esta areia escaldante de problemas
Mas da qual necessito p’ra me aquecer e viver

E volto a ser eu

Estou no meio destas áridas dunas
Buscando o oásis

Olho em redor e não sei que direcção tomar
Olho de novo…
Não avisto nada a não ser dunas
E tudo me parece igual

Sei, no entanto que há uma direcção a tomar
Até pode ser voltar ás minhas passadas anteriores
Mas sei que devo tomar um rumo

Mas partir rumo ao desconhecido parece tão tentador
Comigo levo o desejo das descobertas
O desejo de fazer novas amizades
O desejo de conhecer novos horizontes

Sei que hei-de voltar-me para trás…
Olhar o horizonte e pensar
“como teria sido se tivesse tomado outro rumo?”
E sei que a resposta só a obterei se voltar p’ra trás e for por lá
Ou não…
Pois pode haver um atalho que vá dar a esse mesmo destino
E eu, sem saber, fui lá ter, já lá estou…
Mas como jamais saberei
Ficarei sempre com a vontade de voltar atrás…

E partir

Partir sem destino…

Sem hora marcada…

Sem paragens definidas…

Buscando o meu oásis…