
E eis que começo a pensar em férias e a relembrar tempos em que não tinha de depender de horários escolares para me por á estrada.
Gosto de férias fora do período dito normal. Embora há muitos anos não as goze nessa altura em que me são mais apetecíveis.
E gosto porque agrada-me bastante presenciar a vida real do povo que visito, seja cidade, vila, aldeia ou tenha ele outra definição.
Gosto de chegar ao povo e passar pelas padarias que cheiram a pão quente. De entrar no café e presenciar as conversas das gentes conhecidas que perguntam pelo pai, pela avó, pela tia… ouvir as últimas lá da terra e até mesmo me perguntarem se sou filha de fulano tal!
Gosto de almoçar na tasca lá do sítio (que quase sempre mantém um bom nível de higiene). De escolher um dos poucos pratos do dia. De saber os costumes das gentes. De provar a sua cultura.
Gosto de caminhar pelas ruelas em que os passos apressados se misturam com os meus bem mais serenos.
De ver os rostos, de observar os olhares que tentam saber de onde venho, a quem pertenço.
Gosto de descobrir as bicas de onde ainda corre água fresca e sadia.
Gosto de descansar nas margens do rio que descobri por acaso, quando decidi seguir as toalhas que repousavam nos ombros dos jovens lá da terra.
Gosto das gentes risonhas que alegremente me dão os bons dias ou as boas tardes. Que me chamam de menina. Que felizes olham as crianças numa troca constante de saberes.
Gosto de observar os campos que cultivam. De ver o modo que cuidam da terra. De como veneram a natureza. De ouvir os ditos populares.
Gosto de tudo isto e muito mais porque gosto de visitar povos que não façam parte dos folhetos de roteiros turísticos. Que quando chegam ás agências de viagens e integram um pacote para os “amantes da natureza”, já os verdadeiros apaixonados de tal tesouro tiveram o prazer de os conhecer.
Locais genuínos de gente modesta, fresca, vivaz mas sempre, sempre tão autênticos, tão iguais e fiéis aos princípios que os seus antepassados lhes incutiram em que brota uma apetecível sabedoria popular …
Gosto!
7 comentários:
Sabes..eu também gosto muito disso! E ando mortinha por poder fazer algo do género!! ai q me atiçaste o desejo de ir por essas estradas, sem mapas nem tempo a contar..olha, beijo..
Já falta pouco....mas que parece tanto!!! bj Numenesse
Nada me poderia dar mais prazer do que concordar contigo!
Sabes o que me dá mais prazer nas viagens que faço? Os pedaços de momentos que mais facilmente conservo?
As caras das pessoas, os cheiros das ruas, os recantos escuros, os trilhos sem turistas ou guias. O verdadeiro pulsar de um sítio não se vê pelos palácios monumentos ou paisagens verdejantes, mas sim pela forma como as pessoas interagem com eles.
E vivam as férias fora de tempo, e as viagens fora do sítio!
Gostei do teu gostar :)
Beijos
Infelizmente cada vez mais extintos... já não vejo a hora de gozar as minhas férias, este ano mais que nunca desespero por elas, beijinhos
também gosto e muito
sempre que posso vou, nem que seja uma semana, preciso de me sentir sem pressas, dizer bom dia uma centenas de vezes
gosto e vou sim
beijinhos para ti doce Amanda e o meu abraço
lena
Hoje é dia de comentar, por isso aqui estou. Pois é, isto faz-me lembrar a minha bonita aldeia, Catraponga de Baixo, onde o cheiro a estrume é tão intenso que ficamos hipnotizados por aquele lugar. Olhe, gostei muito de saber que aprecia lugares simples, com gente simples e em que tudo, ao mais pequeno pormenor, é genuíno e verdadeiro. Arrisco dizer, tal e qual a Xôr Dona Amanda, bem haja Mulher! Obrigado.
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