Sem palavras

O poder dos sentidos


(Não! Não é nenhum filme virado para o erotismo ou exotismo)


Quero mesmo falar no poder dos sentidos

No que faz um só olhar


Chama, grita, atrai demais

Puxa-nos, convida-nos, arrasta-nos

Penetra-nos, crava-se e agarra-nos

Nesse momento que as almas jamais esquecerão


Os sentidos são a base da nossa existência


e se falarmos em amor, atracção ou o que quiserem que esteja ligado ao coração (ou não) então… torna-se fundamental, essencial, vital…

Junto com os tais p-o-r-m-e-n-o-r-e-s são bombas capaz de fazer explodir o mais duro dos corações, o mais altivo ser que pensa algum dia poder viver ou sobreviver sem a eles fazer referência…


Quando nos rasgam a alma de tal intensidade


Quando os gestos falam e dizem-nos o que nenhuma palavra pode transmitir porque não há tal definição para o que sentimos


O que pode fazer um abraço, uma carícia, um só gesto…

Todo o corpo fala por nós e fala connosco…

Quando os chamamentos nos invadem o pensamento até ao mais ínfimo lugar… quando a linguagem é corporal

É bombástica, fantástica, maravilhosa e arrebatadora a sensação de que não conseguiremos aguentar tamanha batalha…

Mas aguentamo-la e queremos mais… porque nos vicia… porque já não somos nada nem ninguém se não “ouvirmos” os “gritos” do corpo desejado…

O que nos faz um murmúrio, um só sopro…

Um ondular suave de dois corpos que se tocam sem pronunciar uma única palavra mas que fala e diz tudo o que as bocas calam e os lábios não ousam revelar…

Um deslizar de bocas pelos corpos em que a língua suavemente se crava na nossa pele para nos declarar todos os sentimentos que existem…

Um abraço terno, suave… um enlaçar de braços á nossa volta que nos transporta para onde não há tempo, não há mundo, não há mais nada senão o sabor do momento…

Um beijo… mais que desejo… transmite-nos tudo o que a alma pensa, tudo o que a boca não se atreve a falar e que o corpo usa… e abusa… para nos provocar…

Um fechar de olhos… uma entrega total num deleite muito para além do carnal…

Agora… sem falar e sem ver… só sentido o corpo e ouvindo o que ele nos diz através do aflorar dos dedos em movimentos que descrevem na perfeição tudo o que prazer significa…

O cheiro dos corpos… num misto de prazer e querer… que nos embriaga e nos faz levitar inebriantemente pela leveza do nosso ser…


Sem palavras declaradas só com sensações…