06/09/05

(In)certezas

Continuo com a minha “caminhada” de mãe e amiga, caminhada essa que nunca será dada como finda.

Neste meu coração sensível, entristece-me ver crianças magoadas. Com dolo ou não a culpa passa quase sempre pelos adultos. Quando não passa pelos ditos “grandes” é porque tem uma razão de ser mais séria. É o que acontece com o meu pequeno “guerreiro” que, como os meus mais fiéis “frequentadores” saberão, tem um problema de aprendizagem: a dislexia. É o seu grande cavalo de batalha e dou comigo a pensar:

- Que grandes lutas que a vida nos impõe!

Sem mais nem menos eis que surgem do nada, de um momento para o outro, sem sequer se fazerem anunciar. Foi o caso desta e por isso resolvi, mais uma vez escrever acerca.

Durante o fim-de-semana falava com uma amiga (e madrinha do meu pequeno herói) que a maior parte das informações que circulam acerca destes problemas estão longe da realidade. Como em tudo o que se refere ao comportamento humano, não depende de sinais evidentes, nem de etapas a uma determinada altura pois somos todos diferentes e como tal, reagimos de maneiras diferentes. A dislexia pode passar totalmente despercebida a profissionais do ramo. Acreditem que acontece muitas vezes e foi o que aconteceu ao meu filhote. Ele frequentou consultórios particulares de pedo-psicólogos devido ao seu temperamento difícil e ao seu comportamento muito activo (desconfiava-se de alguma hiperactividade). No final o relatório era o mesmo com os 3 profissionais que o “estudaram”: o A. tem um feitio muito próprio, uma personalidade muito forte e um temperamento em que define perfeitamente as suas metas. Nada mais a registar. Alterações? Nem pensar! O menino estava isento de qualquer uma delas.

É claro que com o início da sua vida escolar fomos dando conta que as dificuldades com as letras eram demasiado até que se confirmaram as suspeitas: o A. era disléxico.

Ontem, ao falar com ele (e enquanto as lágrimas lhe rolavam pela sua face de criança) dilacerou-me completamente o coração o facto de me aperceber que o principal “inimigo” não é a dislexia mas sim o seu feitio, a sua personalidade.

Com isto tudo cheguei a uma conclusão (não sei se certa ou errada), que cansa mais a extrema dificuldade que temos em camuflar as nossas fraquezas e ficamos demasiado magoados com a notoriedade destas perante os olhares alheios, que propriamente “sofrer” das mesmas. Não é difícil enfrentar os problemas. Difícil é sermos aceites como fazendo parte das multidões que inspiraram ditos estudiosos sobre o desenvolvimento humano nos seus “manuais de classificação”.

No fim da minha “tese” apenas sei que sendo “obra” da natureza, afinal é natural!!!

Estejam atentos, mas sobretudo estejam presentes na vida dos nossos pequenos heróis!!!

(e eis que, após um período de descanso, teremos de voltar a pegar na espada da persistência e com a ajuda da força de vontade será uma batalha ganha!)


2 comentários:

Night disse...

Um assunto delicado, é complicado o problema pq passa o teu heroi mas vai ter que se adaptar a essa realidade, ele e tu... só interessa é que sejam muito felizes. Todos diferentes todos iguais! beijocas*

Amanda disse...

Obrigada! Beijos