Acredito sinceramente no que digo e tento passar alguns desses valores aos meus filhos...
Hoje quero antes regeressar ao passádo...
Na quinta feira passáda foi feriado municipal (5ª feira da espiga), esteve um dia primaveril a tocar muito perto do verão. Os miudos andaram de calções e
t-shirt e á tarde lá foram andar de "bicla" e ao olhar para a alegria deles penso:
Que bom que é eles não preferirem a playstation ou qualquer outra ocupação dita mais moderna.
- Que bom!!!
Tudo é necessário (é certo) e não os proibo de qualquer outra actividade dessas mas alegra-me ver que também eles seguem o ritmo de vida semelhante ao que a nossa geração viveu.
Vejo miudos saudáveis que vão tocar á campainha uns dos outros em desafio de mais aventuras, de mais corridas, jogos, construção de cabanas, enfim... de cumplicidades de brincadeiras...
Lembro-me bem que a nossa geração não ficava em A.T.L.'s (até nem se ouvia falar em tal coisa) e quanto muito, depois das aulas, podiamos beneficiar da presença de uma ou outra vizinha mais dedicada á casa e ás crianças, que fazia o favor de dar uma olhadela pelos miudos lá da rua (em troca de nada).
Lembro-me de jogar ao elástico, de saltar á corda, ao eixo, ao lencinho, ás escondidas e até ao "bate pé" lá nas trazeiras do pavilhão da escola onde frequentei o 1º e 2º ano do ciclo quando regressei a Portugal, o "bate pé" em que a prova mais esperada era de dar um encosto de lábios no "pãozinho" lá da escola.
Lembro-me que não havia telemóveis e que nem todos os lares tinham sequer telefones mas que mesmo assim os nossos pais e familiares andávam descansádos pois sabiam com quem estávamos e quase sempre tinham noção do que estávamos a fazer...
Lembro-me dos bailes do clube ao domingo á tarde, das matinés das discotecas (também á tarde) e que entrarmos numa delas era um desafio que qualquer um queria correr... também me lembro dos aniversários organizados numa ou outra garagem lá do bairro em que todos participávamos na sua elaboração e quando chegava a altura dos slow's lá vinha a tão odiada ou esperada vassoura que servia como moeda de troca até conseguirmos dançar com o borrachinho que andávamos a "galar" há dias...
Lembro-me de comprar rebuçados, chocolates, de comer pão com manteiga e açucar e curioso... nenhum de nós era gordo ou sequer tinha peso a mais... e também me lembro que comiamos sopa com frequência...
Lembro-me de estudar em grupo, não havia explicadores, e entre todos conseguiamos tirar as nossas dúvidas e sermos bons alunos...
Lembro-me bem dos ténis de lona brancos e das mini-saias que todas combinávamos levar para saudar o primeiro dia de primavera... e lembro-me do verão começar em junho, dos dias quentes uns após os outros e de... á noite... haver serões na rua em que os adultos falavam de tudo e mais alguma coisa e as crianças continuavam a gastar energias (que nunca mais lhes faltava) enquanto as casas esfriavam para podermos dormir mais descansádos.
Hoje há mais conforto é certo... as casas são feitas com outros materiais, a pensar noutros problemas e o nível de vida... dizem... é melhor!
Mas eu continuo a pensar na nossa geração
Continuo a pensar que nos refeitórios das escolas não havia nutricionistas a elaborarem a ementa pois todos sabiamos o que era essencial a uma condição física...
E continua a pensar na nossa geração e tudo o que mais desejo é que os meus filhos possam ter direito á felicidade que nós tivemos!
5 comentários:
Amanda,
Ao ler o teu texto deu-me uma enorme saudade desses tempos em que faziamos todas essas coisas.
É verdade que hoje em dia ainda é possivel a juventude ter uma infância dentro desses moldes,mas temos que admitir que agora são a exepção que confirma a regra.
É pena,eu fui feliz na minha infância,e apesar dos tempos terem mudado espero que as crianças de hoje possam um dia recordar a sua infância com a mesma alegria e saudade com que nós o fazemos.
Será isso possivel?
Eu espero e penso que sim,mas só o futuro nos dará essa resposta.
Boa semana.
Bjs.
Olá querida Amanda,
Eu vivo a 7 km do local onde cresci e brincava livremente na rua, mas não me sinto seguro a deixar os meus filhos na rua. As grandes áreas metropolitanas apresentam agora perigos muito maiores do que naqueles tempos. Quanto à educação dos nossos filhos, acho que, com as devidas adaptações, é possível dar-lhes a mesma que tivemos e eles não vão reclamar por não ter outras liberdades que alguns dos amiguinhos têm, dese que lhes expliquemos a razão.
Beijos para ti.
querida amanda....sao memorias que aqui trazes que muito de nos temos, tao bonito da tua parte...outra coisa nao esperava de ti. sabes que filhos nao tenho, mas espero saber passar-lhes o REAL valor das coisas, valor esse que aprendi numa vida bem mais verdadeira que a actual....beijo muito grande menina, beijo muito grande.
Pois é...bons tempos...apesar de ser mais novinha que tu, também ainda vivi essas experiências. Acho q faço parte da última geração a partilhar essa segurança e convívio. beijocas
E assim voltei ao passado... beijocas espero que esteja tudo a correr bem!
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