Malandro

Malandro vais descendo a rua…

Malandro vais roubando uns quantos olhares tímidos
Fazes parecer que todo o universo gira à tua volta
E quando vagueias pelas ruas o tempo adapta-se aos teus passos

Malandro vais retirando invejosos comentários
De quem, à tua passagem despercebido não passa
E revelas em cada gesto teu todo um império de prazer

Malandro vais extorquindo piropos que teimam em sair
Da boca das que à tua presença não ficam indiferentes
E ao teu ar não resistem comentar

Malandro lanças um olhar de esperança
E um riso de confiança
Que lhes desperta o desejo

Malandro recolhes todas as atenções
Para devolver ousadias
De quem se atreve em seguir o sonho

Malandro tens no teu corpo
Toda a energia celeste
Dessa estrela que brilha em ti

Malandro o mundo inteiro reage quando esvoaças
O asfalto debruça-se sobre os teus passos
Quando pela rua não andas… mas voas

Malandro que de te olhar ficam ofuscadas
De te ver cegam as suas convicções
E trocavam tudo para lhes satisfazeres as suas tesões

Malandro que de nada servem as lições
Continuas cantando ao invés de falar
E voando em vês de andar

Malandro vais descendo essa rua
Libertando uma brisa inebriante
E olhares que viciam quem de ti se aproxima

Malandro… continuas descendo a rua…