Não é preciso sair-nos o euromilhões para fazermos alguém feliz.
E se faço esta afirmação melhor a passo a explicar.
Frequentemente ouvimos, certas pessoas, dizer que se lhes saísse o euromilhões fariam muita gente feliz. Gosto de combater este tipo de pensamentos com casos reais do dia-a-dia.
Indo de encontro ao que há semana atrás “postei”, urge mudarmos esta ideia. Na nossa era os bens materiais, na generalidade, não são problema de aquisição mas se nos virarmos para outro tipo de bens, facilmente chegamos á conclusão que, numa sociedade em que corremos em busca do presente perfeito, para esta ou aquela pessoa, esquecemo-nos do bem maior que serviria, na perfeição, como presente ideal.
Sem papel caro ou laços sedosos, sem cartão rabiscado ou embrulho vistoso, o nosso afecto, a nossa atenção e principalmente a nossa disponibilidade para com os outros, fariam certamente muito mais pessoas felizes do que o mais caro bem material que possamos oferecer.
Ao sentar-me junto de uma velhinha (não gosto de aplicar o nome “idosos”) numa sala de espera, em que éramos completamente desconhecidas, dei comigo a ouvir a história da sua vida:
A mágoa do avanço da idade
A dor de ter o esposo acamado
A tristeza de ter perdido muitas faculdades levadas pela idade
O desgosto de ter os filhos longe
A falta de um ombro amigo para todas as suas mágoas
Enquanto esperava ia ouvindo ela dizer-me que já não tinha idade para correr atrás dos sonhos.
Enquanto esperava ia-lhe fazendo ver que enquanto estiver viva é sempre tempo de correr atrás deles.
Enquanto esperava revelava-me o seu maior desejo: fazer uma viagem até junto da irmã que vive no Norte.
Enquanto esperava mostrei-lhe que ir ao encontro desse desejo é tão fácil e simples.
Enquanto esperava o ar cansado deu lugar a uma expressão iluminada por um franco e largo sorriso. As palavras deixaram de ser pesadas. Já eu ouvia que ela precisava ir ao cabeleireiro e até, quem sabe, fazer uma limpeza de pele.
Enquanto esperava pensava o quanto é fácil fazer alguém feliz
Enquanto esperava pensava que não necessito de um euro sequer para o fazer
No final da espera, trocamos de números de telemóvel e, num impulso digno de quem nasceu sob um dos signos de fogo, ofereci-me para a levar ao Norte caso não conseguisse arranjar transporte e saí da sala muito mais leve, com a plena certeza de que não preciso ser rica para fazer alguém feliz pois a verdadeira riqueza não está contemplada em nenhum talão sujeito a sorteios milionários.
A verdadeira riqueza está apenas em nós
Mais uma vez reforço o meu desejo não só para este Natal como para todos os restantes dias
Mais que darmos, vamos nos dar...
14/12/06
A Verdadeira Riqueza
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5 comentários:
:) fazer pessoas felizes nunca teve nada a ver com euro nem milhões...
Um grande beijinho pa ti! *** Bom fim de semana!
Mais importante que dar é saber receber o que os outros nos têm para dizer.
Tanta gente que seria muito mais feliz se as palavras voltassem a ter o sentido para que foram criadas!
Adorei o seu post! Humanidade precisa-se!
Ora viva!
Hoje não venho comentar nem tão pouco ler. Deixo isso para outro dia, com todo o gosto.
Vim apenas fazer publicidade descarada e como já estou naquela fase em que faço tudo o que me apetece e todos me ignoram pois já estão habituados, então cá vai...
Começou a atribuição dos blogjobs do shakermaker.
Por isso, já pode confirmar se foi um dos contemplados com tão desprestigiante galardão.
Atenção: não tome isto como desconsideração. Afinal, isto é apenas uma brincadeira e se não fosse um visitante quase assíduo deste blog não viria aqui de todo.
Já agora, aproveito também para lhe desejar Boas Festas!
Um abraço...
shakermaker
Também estava à espera; no anda para lá e para cá, passei por aqui...
e gostei de ler!
Votos de Natal com Paz.
Perfeito, mas infelizmente utópico. De qualquer forma, não significa não nos esforçarmos... Também estou no mesmo barco :).
Beijo,
Rafael :)
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